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Mostrando postagens de março, 2012

COMO O CRISTÃO DEVE ENFRENTAR A MORTE

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Como o cristão deve enfrentar a morte? A morte, consequência inevitável do pecado, acontece todos os dias, no processo de morrer, o envelhecimento. Mesmo assim, seu ponto final sempre foi envolvida de medo e curiosidade. Fundamentado na resposta bíblica, o cristão pode enfrenta-la com dignidade e esperança, crescendo em santificação enquanto aguarda o encontro final com Cristo. A escatologia bíblica ensina que o evento Cristo, encarnação, paixão e ressurreição, inaugurou o tempo da graça. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5,17). O fim já fora antecipado embora ainda não experimentamos completamente o Reino de Deus. A igreja aguarda sua parousia ou a segunda vinda em um futuro desconhecido. Mas já vivemos o fim. A morte sempre ocupou lugar central na história. A civilização egípcia buscava significado crendo e vivendo em torno da imortalidade. Por isso, As pirâmides do Gisé, sarcófagos d

A FÉ EM BUSCA DA UNIDADE

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O divisionismo cristão é um escândalo. Além da divisão principal católico-protestante temos internamente no protestantismo um número incontável de divisões. Lutero errou em ter colocado a Bíblia na mão do povo! Exclamou um bispo católico  quando debatia com um pastor protestante. Este respondeu: E as divisões do cristianismo anteriores às reformas religiosas do século XVI? Mas, a leitura do Novo Testamento permite constatar que a raiz dessa separação nasceu junto com igreja.  Por isso o ensino apostólico incluía na agenda um clamor pela unidade. Em I Coríntios 12,18-20; 25-26, Paulo usa a analogia do corpo humano com o propósito de ensinar sobre o uso dos dons espirituais e a cerca da unidade na diversidade. A unidade orgânica da igreja é formada pelo Espírito a partir dos muitos e diferentes membros. A partir desta unidade e na dependência mútua, a comunidade de fé vive em harmonia e pode cuidar-se mutuamente, convivendo como as diferenças e superando os conflitos.  Os

APOCALIPSE – A BELEZA DA LINGUAGEM

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“Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João seu servo” (Ap 1,1). Este é o título do último livro da Bíblia Cristã em sua forma mais extensa. No grego Apokalypsis significa “revelação”. No latim, Revelatio traz o sentido de expor à vista, uma verdade oculta agora descoberta.  O livro foi escrito entre os anos 70 e 90 d.C. A tradição atribui à pena de João, o discípulo amado, que encontrava-se exilado na ilha de Patmos, por ocasião da perseguição movida pelo Imperador Domiciano, ou “segundo Nero”, como era apelidado pelos cristãos da época devido à semelhança dos atos de crueldade por ele cometido. Este é o testemunho de Inácio (antes de 135 d.C), Irineu (180) e do Cânon Muratoriano (final do século II). Mas o texto provavelmente tenha sido gestado pela “escola joanina”, grupo dos discípulos, no seio do qual teria crescido e se desenvolvido a tradição joanin

A CONFISSÃO DE FÉ DA IGREJA

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Apesar de ser a fé pessoal é necessária para a igreja uma confissão coletiva. Por certo a fé é atitude subjetiva, fundada na existência do indivíduo, fruto de sua experiência com a vida, é incondicional. É mais o que se vive e menos o que se diz. Em seu livro a dinâmica da fé, Paul Tillich conceitua fé “como estar possuído por aquilo que nos toca incondicionalmente”. Mas fé também é credo, fórmula doutrinária, símbolo, declaração de uma comunidade, o consenso acerca do que se crê expresso numa formulação inteligível e comunicável. Uma confissão identifica o grupo que a ela aderi e traduz sua experiência histórica, esclarece suas características, vínculos e posições. A igreja marcha para onde sua fé orienta. Sua declaração doutrinária revela sua trajetória e define seus rumos. Apesar do desgaste, dos abusos, dos reducionismos que tem enfrentado, a fé cristã renova-se de maneira extraordinária. Será sempre necessária, no entanto, uma revisão dos fundamentos para mantermos uma po

BREVE HISTÓRICO DE UMA CONSCIÊNCIA POLÍTICA

Enquanto a ditadura militar imperava no Brasil com a justificativa de defesa contra o comunismo eu ainda não era nascido. Na luta pela redemocratização que culminou com a assembleia nacional constituinte, apenas com nove anos, preocupava-me mais com o bicampeonato do Esporte Clube Bahia. Quando aconteceu o Impeachment de Fernando Collor já discutia política nas aulas de OSPB do ginásio, mas a preocupação principal era passar para a 7ª série. Depois do Plano Real, as moedas ainda chamavam mais a atenção do que as privatizações. Só no Seminário e na Universidade tive oportunidade de conhecer e discutir os problemas políticos do país. Nessa época cheguei a participar de mobilizações de estudantes em apoio aos professores das Universidades Estaduais, inclusive protestando nas ruas de Salvador. Faço essa retrospectiva para destacar um fato lamentável. Desde os onze anos sou membro de igrejas batistas na Bahia, em Itamari, Jaguaquara e Camaçari. Só aos dezoito, como seminarista, f

O CRISTÃO DIANTE DA CORRUPÇÃO GENERALIZADA

Neste ano de pleito eleitoral nos municípios, com desdobramentos para as eleições presidenciais em plena Copa do Mundo no Brasil a igreja precisa buscar na santidade de Jesus o modelo para um posicionamento profético de denúncia do pecado estrutural que viceja na República. A crise ética na política exige com urgência uma reforma radical em nossas instituições democráticas. Mas o principal problema a ser enfrentado é a crise de integridade pessoal e participação social. É preciso repensar a postura ética e o engajamento social do cristão nesse contexto. A corrupção invade dia-a-dia, é generalizada. A xérox do livro, o CD “pirata”, a ausência de nota fiscal, a fila furada no banco, o desrespeito às leis de trânsito, a ficha sem fila no posto de saúde, o pistolão no emprego. Não podemos ser hipócritas. Esse pecado é estrutural e nos envolve também. É gerado por uma cultura paternalista de troca de favores. Está em Brasília e aqui. Diante desse desafio é preciso cultivar o desejo d

QUANDO O SOM DA TROMBETA ECOAR

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Das poucas lembranças que guardo da primeira infância na zona rural de Itamari-Ba, as mais vivas remetam a melodias do Cantor Cristão que ecoavam do sobrado onde a igreja se reunia, na casa do irmão João Inácio, dono da fazenda. Depois, já morando na sede do município, passei a adolescência aprendendo outras músicas do hinário. Dentre elas, ficou gravada, pela voz maviosa do Pr. Osias Antônio Lima, a do hino 114, “A Vinda do Senhor”. A mensagem bíblica comunicada pela letra afirma: “Como foi para o céu, Jesus Cristo há de vir/Quando o som da trombeta ecoar/Quando a voz de um arcanjo no céu estrugir/Eu irei com Jesus me encontrar”. A nossa compreensão sobre a Volta de Cristo é limitada, mas a expectativa do encontro está fundamentada nas Escrituras e permite-nos viver a esperança da glória.  Interessados em precisar o tempo da restauração de Israel, os discípulos aprenderam sobre a limitação das suas expectativas diante o fim: “Respondeu-lhes: A vós não vos compete saber os tempo

REFLETINDO COM MAX WEBER SOBRE O FILME "A ONDA"

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Tenho buscado oportunidade para discutir com os jovens e adolescentes da igreja sobre o avanço das tecnologias de comunicação ligadas à internet e a emergência do fenômeno das redes sociais. Dentre os temas deste debate, será necessário pontuar em que medida tem-se criado um espaço favorável à ascensão de “ditaduras virtuais” ou mesmo o ressurgimento de movimentos fascistas. O filme A Onda é nossa proposta para arrazoar sobre o tema. Parti de impressões e percepções pessoais para construir uma leitura da película à luz do pensamento de Max Weber. Sou devedor aqui dos comentários do professor Erenildo João Carlos (UFPB)[1]. O longa-metragem é baseado numa história real ocorrida na Califórnia em 1967. Isso é um fator de atração pessoal. Aprecio muito produções desse tipo. A pesquisa, segundo matéria do Estadão[2], constou de entrevistas com os antigos garotos e garotas, hoje na faixa de 50 anos. Ambientou-se na escola e envolveu jovens secundaristas no contexto da atual Alemanha, an

ORAÇÃO DE NIETZSCHE AO DEUS DESCONHECIDO

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Antes de prosseguir em meu caminho  e lançar o meu olhar para frente uma vez mais,  elevo, só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo.  A Ti, das profundezas de meu coração,  tenho dedicado altares festivos para que, em  Cada momento, Tua voz me pudesse chamar.  Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:  “Ao Deus desconhecido”.  Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos.  Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.  Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo.  Eu quero Te conhecer, desconhecido.  Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.  Tu, o incompreensível, mas meu semelhante,  quero Te conhecer, quero servir só a Ti.  (Traduzida do alemão por  Leonardo Boff )