COMO O CRISTÃO DEVE ENFRENTAR A MORTE

Como o cristão deve enfrentar a morte?

A morte, consequência inevitável do pecado, acontece todos os dias, no processo de morrer, o envelhecimento. Mesmo assim, seu ponto final sempre foi envolvida de medo e curiosidade. Fundamentado na resposta bíblica, o cristão pode enfrenta-la com dignidade e esperança, crescendo em santificação enquanto aguarda o encontro final com Cristo.

A escatologia bíblica ensina que o evento Cristo, encarnação, paixão e ressurreição, inaugurou o tempo da graça. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5,17). O fim já fora antecipado embora ainda não experimentamos completamente o Reino de Deus. A igreja aguarda sua parousia ou a segunda vinda em um futuro desconhecido. Mas já vivemos o fim.

A morte sempre ocupou lugar central na história. A civilização egípcia buscava significado crendo e vivendo em torno da imortalidade. Por isso, As pirâmides do Gisé, sarcófagos dos faraós, reis cultuados como deuses, apontam para o céu. Semelhantemente os Zigurates da Babilônia (como a torre de Babel, Gn 11). Hoje, a clonagem humana é uma resposta da ciência contemporânea para o problema. Nesse caminho, o investimento em criogenia revela esta busca humana em nossos dias.

A criogenia é uma técnica de conservação de corpos e existe desde a década de 60. Há pelo menos mil pessoas à espera do momento de serem preservados através de nitrogênio líquido, imediatamente após a morte. Além da ciência, a questão mobiliza a justiça e a economia. Segundo reportagem da revista Veja, “Criogenia – Gelado, mas rico” (1º Fevereiro de 2006), existe inclusive uma tabela. Cabeça – 80 mil dólares, corpo inteiro - 100 a 165 mil, (gato e cão) – US$6. Na década de 70 uma empresa de criogenia faliu e os corpos de nove pessoas foram sepultados.
Nossa Declaração Doutrinária afirma que “todos os homens são marcados pela finitude, de vez que, em consequência do pecado, a morte se estende a todos (...) Com a morte está definido o destino eterno de cada homem”.
A morte na Bíblia é a trágica consequência do pecado. Em Adão, todos morremos espiritualmente, e, por isso, morreremos fisicamente. Em Gênesis 2,17 foi prevista a consequência. Em 3,19 foi declarada a sentença: “até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás”.
Mas, Cristo bebeu o cálice da ira divina sobre o pecado e levou sobre si a nossa condenação. “o castigo que nos traz a paz estava sobre ele”, conforme Isaías 53,5. Ele é o “novo Adão”. É o pensamento teológico paulino: “Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm 5,17).
Em Cristo encontramos uma nova qualidade de vida terrena no presente. Já fomos “sepultados”, agora podemos desfrutar de “novidade de vida”. A ressurreição de Cristo é também nossa (Rm 6:4-5). Isso nos garante a esperança de vida transformada, incorruptível: “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1 Co 15: 51-52).
Esta nova dimensão para a existência nos leva a uma vida voltada para os valores do reino de Deus hoje. Escrevendo aos colossenses Paulo relacionou a nova existência com um compromisso elevado: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3:1-2). E além do pensamento, a ação, uma busca pela santificação como estilo de vida para Deus: “...renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo" (Tt 2:12-13).

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