EVANGELIZAÇÃO NA BÍBLIA: PECADO, QUEDA E JUÍZO


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Os primeiros conceitos a serem investigados na fundamentação bíblica da evangelização dizem respeito à quebra na relação entre Deus e o homem e na harmonia entre o homem e a criação: pecado e queda. Devemos pensar estes termos na perspectiva dessa relação. Pecado e queda não são o fim, mas o começo. Depois deles, Deus não inicia uma nova relação com o homem e o mundo. Ele inicia a execução do seu verdadeiro plano para a vida. 
Tomar a criação como ato da vontade salvífica de Deus leva-nos a calcular o impacto desta verdade sobre nossa compreensão do homem e do universo. O homem e a natureza foram perfeitamente criados. Mas, sofreram juntamente a queda. A comissão de Lausanne, no livro A Missão da Igreja no Mundo (ABU/Visão Mundial), concorda que, no Éden, imediatamente após a queda do homem, o próprio Deus anuncia a restauração por meio da vinda de Jesus. A Boa Nova, o Evangelho irrompe logo no início da história bíblica. A providência da redenção do homem já havia sido planejada antes da sua criação. 
Entendemos o pecado como um ato voluntário da parte do homem. Louis Berkhof, em sua Teologia Sistemática, comenta que a narrativa bíblica inclui na queda a ação e a influência do tentador, que sugeriu ao homem colocar-se em oposição a Deus para tornar-se semelhante a Deus em sabedoria e poder”. Merval Rosa, em sua Antropologia Filosófica, lembra que, segundo a fé bíblica, a queda de Satanás antecedeu a queda do homem. Reinhold Niebuhr, citado por Rosa, acrescenta: “O pecado é um mal radical que tem um elemento de perversidade, pois é fruto de um ato de rebeldia contra Deus”. 
Agir assim contra a soberania de um Deus santo trouxe para a humanidade um julgamento. O pecado, com suas terríveis consequências, entrara na raça humana e no mundo em geral. O Antigo Testamento faz questão de deixar claro que o pecado trouxe consigo consequências devastadoras para a vida do homem. Conhecendo tradição bíblia, Paulo vai sintetizar esta verdade: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23). 
Em seu estado original, a criação era ‘muito boa’. Esta é a declaração de Deus. Por que, então, encontramos sofrimento e morte, injustiça e opressão, guerra e miséria? É impossível compreender o mundo em que vivemos sem levar em consideração o juízo de Deus. O juízo de Deus foi manifestado logo após o pecado. Primeiro sobre a serpente, uma figura para Satanás: a que era antes a criatura mais formosa e honrosa, tornara-se maldita e degradada na escala da criação animal. Em seguida, sobre o casal. Para a mulher: o parto tornou-se um momento crítico e penoso. Para o homem: o trabalho agora é acrescentado de afã, as decepções e aflições. A terra tem participado dessas consequências sofre desde então. 
Qual a ação esperada de Deus diante da aparente ruína da sua obra? Somos seduzidos a pensar num Deus que age surpreendido pela inconsequência de suas criaturas. Mas, o juízo divino, como apresentado na Bíblia, serve ao propósito da salvação. Um Deus santo, que não poderia conviver com o mal, providencia o caminho para a única alternativa de restauração da sua obra: Jesus Cristo. Quanto mais aterrorizante o juízo, maior a esperança de salvação.

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