CRESCIMENTO DA IGREJA: CELEBRAR E REFLETIR



O crescimento numérico da igreja evangélica no Brasil nas últimas décadas é um fato. Devemos celebrar. Contudo, cabe uma reflexão sobre o papel a ser exercido por ela na nova posição assumida no cenário nacional.

A SEPAL
Servindo a Pastores e Líderes apresentou, em 2006, um estudo sobre esse fenômeno: “O desafio da liderança e o crescimento da igreja”. Esta análise parte da projeção do crescimento da igreja evangélica brasileira para 2020 e discute a situação baseada em dados do IBGE e em pesquisas próprias. Segundo os pesquisadores, os evangélicos sairiam de 40 milhões (21,5%) em 2006 para 110 milhões (46,7%) em 2020. Estamos no meio do caminho desta projeção e já podemos atestar a concretização de algumas conclusões do estudo. No caso batista, a Convenção Batista Brasileira sai da última assembleia geral em João Pessoa-PB (2014) com 1.608.073 membros em 8.357 igrejas e 4.463 congregações.

Josué Campanhã, que liderou a equipe da SEPAL, parte de uma constatação: em duas décadas de crescimento contínuo (1980 a 2000) corremos o risco de não “mudar a cara do Brasil”. Consideramos a superficialidade espiritual e a rejeição à estrutura, inclusive à liderança, como fatores principais para fazer com que apenas 1/3 dessa igreja esteja nos templos aos domingos. Cresce uma nova face dos evangélicos: os sem-igreja. E os sem-religião cresce tanto quanto ou mais do que a própria igreja a reboque dos escândalos protagonizados por ela. Não por acaso experimenta-se um recrudescimento do avanço missionário transcultural e no interior do Brasil comparativamente ao adensamento evangélico nas regiões metropolitanas e grandes cidades.

A conclusão da pesquisa vem em forma de pergunta: Que diferença todo este crescimento está fazendo neste país? Além do rótulo “gospel”, qual é a diferença que a sua igreja ou organização faz?
Celebrar crescimento numérico sem refletir sobre as oportunidades e os riscos gerados por ele seria suicídio. A posição atual da igreja evangélica no Brasil permite que sua influência sobre os destinos do país seja decisiva. Mas o caminho a ser trilhado passa longe do sensacionalismo da mídia ou do triunfalismo da política partidária.

Crescimento deve ser um resultado natural da experiência autêntica com o poder do evangelho que transforma pessoas e estruturas sociais. Como igreja local queremos o crescimento que venha como sinal da presença de Deus na vida da igreja e da presença da igreja na vida da cidade cumprindo a agenda do Reino de Deus. Assim, mudaremos a cara da cidade a partir do testemunho de nossa própria mudança e envolveremos mais pessoas com o agir redentor de Deus no mundo.

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