DIVERSIDADE EVANGÉLICA NO DEBATE POLÍTICO
O debate político no meio evangélico é marcado inevitavelmente pela diversidade. E não poderia ser diferente. Porque não existe a “Igreja Evangélica” ou uma instituição com poder centralizado que represente todas as igrejas evangélicas. Diferente da Igreja Católica onde uma aparente unidade política é mantida apesar de divisões internas, as igrejas evangélicas não devem pretender um posicionamento monolítico diante da complexidade do disputa política. Quando a sociedade pergunta por um pensamento protestante diante dos temas políticos deve esperar como resposta uma posição complexa e até mesmo contraditória. Se não souber analisar essa complexidade, incorrerá em generalizações de alguma posição em detrimento de outra. Esperar que a concordância doutrinária leve necessariamente ao mesmo comportamento eleitoral é, no mínimo, ingenuidade. Entre os conservadores na moral podem conviver opiniões divergentes sobre relações internacionais. Entre os contrários à legalização do aborto e ao casamento gay podem coexistir aqueles que defendem a intervenção do Estado na economia e outros que preferem um Estado mínimo. Entre os defensores da família estão posicionamentos opostos sobre o desarmamento. Por isso, em vez impor uma postura única, mantendo todos em um mesmo curral, ou ainda artificializar a unidade em forma de declarações e documentos, igrejas protestantes tem preferido assumir sua heterogeneidade. Esta postura é a mais adequada aos princípios de autonomia das igrejas locais e da liberdade de consciência dos seus membros.
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Pr. Petronio Borges